Na noite de 23 de setembro de 2025, o Estádio Presidente Juan Domingo Perón foi o palco de uma partida que já estava prevista como dramática, mas que acabou ultrapassando as expectativas. O Racing Club, que partia com vantagem de 1 a 0 conquistada no primeiro jogo, manteve a liderança ao fechar o duelo com um placar de 1 a 0, assegurando assim a classificação para as semifinais da Racing Club na Copa Libertadores.
Gol de Solari e a consolidação da vantagem
O momento que definiu a partida chegou aos 78 minutos, quando Santiago Solari recebeu um passe em profundidade na lateral esquerda, avançou com velocidade e finalizou cruzado, batendo no canto esquerdo do goleiro adversário. O chute, impecável, não deu chances ao goleiro do Vélez e selou a vitória. A cobrança trouxe alívio imediato ao técnico Gustavo Costas, que havia estruturado o time para explorar a velocidade dos alas e a capacidade de chegada de Solari.
Adrián "Maravilla" Martínez, autor do gol da partida de ida, voltou a ser mencionado como o artilheiro da campanha, reforçando a importância dos atacantes do Racing na competição. Seu posicionamento e instinto de finalização continuam sendo pilares da estratégia ofensiva da equipe.
Polêmica do VAR e repercussões
Entretanto, o destaque da noite não foi apenas o gol de Solari. Por volta dos 65 minutos, o Vélez Sarsfield viu o seu atacante acertar um chute que, à primeira vista, parecia ter encontrado o fundo das redes. Os árbitros de campo sinalizaram impedimento, mas a decisão foi levada ao VAR. Após revisão, o gol foi anulado sob a alegação de que o atacante estava em posição irregular e que houve contato com o goleiro rival.
A anulação desencadeou uma onda de protestos dos jogadores do Vélez, que recorreram ao técnico Guillermo Barros Schelotto. Schelotto, em entrevista pós-jogo, classificou a decisão como "injusta" e "prejudicial ao espírito da competição". Nas redes sociais, torcedores do clube pediram maior transparência nas revisões, enquanto analistas esportivos começaram a questionar a consistência dos critérios de impedimento aplicados nas últimas rodadas da Libertadores.
- Estatísticas de posse de bola: Racing 58%, Vélez 42%;
- Chutes a gol: Racing 7, Vélez 5;
- Faltas cometidas: Racing 12, Vélez 14;
- Cartões amarelos: Racing 2, Vélez 3.
Além do aspecto técnico, a partida foi marcada pela exclusão de torcedores visitantes. Após incidentes violentos na Copa Sudamericana envolvendo Independiente e Universidad de Chile, as duas equipes concordaram em fechar as arquibancadas ao público adversário. O estádio, portanto, ficou praticamente cheio de torcedores do Racing, criando uma atmosfera de pressão e apoio que dificultou ainda mais a reação do Vélez.
A ausência de Lisandro Magallán, suspenso após o segundo cartão amarelo na partida de ida, também foi decisiva. Magallán, descrito por Schelotto como "um dos jogadores mais inteligentes do elenco", deixava lacunas na zaga que o Racing explorou com rapidez. A substituição tardia de um zagueiro menos experiente acabou gerando vulnerabilidades que o ataque rival não conseguiu converter em gols.
Do ponto de vista tático, Gustavo Costas manteve a formação 4-3-3 que vem rendendo bons resultados na competição. Os meio-campistas Santiago Sosa e Juan Nardoni foram essenciais na transição defesa-ataque, recuperando a bola e distribuindo passes precisos para as pontas. A pressão alta nos momentos de perda de posse impediu o Vélez de criar chances claras nos minutos finais.
Com a classificação garantida, o próximo desafio do Racing será determinar o adversário na semifinal, que ainda depende do resultado do duelo entre Boca Juniors e River Plate. Independente do próximo encontro, a equipe agora precisa equilibrar a continuidade da performance ofensiva com a manutenção da solidez defensiva que lhe permitiu conceder apenas cinco gols em toda a campanha.
A controvérsia do VAR ainda deve ecoar nas próximas rodadas, especialmente porque a Libertadores tem sido palco de decisões que alteram o rumo de confrontos decisivos. Enquanto isso, a diretoria do Racing celebra a trajetória impecável: 67% de vitórias no torneio, 75% em casa e média de dois gols marcados por partida. Esses números reforçam a posição do clube como um dos favoritos ao título nesta edição.