Um caso de parricídio chocou o interior do Paraná na última semana. Gustavo Peres Guedes, de 18 anos, foi preso depois de admitir que matou o próprio pai, Cícero de Sousa Guedes – o famoso "Palhaço Chumbrega" da região de Campos Gerais. O desfecho violento aconteceu em São Mateus do Sul, numa madrugada marcada por briga doméstica e culminou em um crime que parece ter saído de um roteiro de filme de terror.
Como o crime foi descoberto
O desaparecimento de Cícero foi notado quando um colega de trabalho não o encontrou para o expediente de terça-feira. A família foi informada e a polícia chegou ao local ainda na noite, encontrando a porta da casa aberta e sinais de luta no interior. As primeiras buscas nas redondezas não localizaram vestígios, mas a investigação ganhou força quando o próprio filho, Gustavo, foi visto em bicicleta carregando sacolas suspeitas nas proximidades da BR‑476.
Nas primeiras horas de quarta-feira, agentes da Polícia Civil interceptaram Gustavo, que ainda carregava roupas manchadas. Durante o interrogatório, o jovem confessou tudo: após uma discussão acalorada, cravou uma facada nas costas do pai e, em seguida, desferiu golpes violentos na cabeça. Sem saber o que fazer, desmembrou o corpo, jogou partes nas margens do Rio Iguaçu e enterrou outros pedaços no quintal da casa.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Estado foram acionados para vasculhar o rio. Pelas indicações de Gustavo, equipes encontraram restos mortais espalhados em trechos próximos à ponte da BR‑476, confirmando a versão do suspeito. Também foram recuperados objetos incendiados – roupas do pai e do próprio filho – que teriam sido queimados para eliminar provas.

Repercussões e acusações
O Ministério Público do Paraná formalizou quatro denúncias contra Gustavo: homicídio qualificado triplo (por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa), destruição e ocultação de cadáver, fraude processual (pela queima das vestimentas) e furto do celular do pai. A defesa ainda não se manifestou, mas advogados de defesa de menores apontam a necessidade de avaliação psicológica, já que o jovem alegou sentir "ressentimento antigo" dentro da família.
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais, reavivando o debate sobre violência intrafamiliar e a vulnerabilidade de jovens em ambientes domésticos conflituosos. Psicólogos da região alertam para sinais de abuso emocional que muitas vezes passam despercebidos até culminarem em tragédias como esta.
Com o desfecho ainda em andamento, o tribunal deve analisar a dosimetria da pena, considerando a idade do réu e a gravidade do crime. Enquanto isso, a comunidade de São Mateus do Sul permanece atônita, tentando compreender como um filho pode cometer um ato tão extremo contra quem, até então, era visto como figura de entretenimento local.