O Manchester United saiu de Brentford com um revés que deixa a situação do clube ainda mais delicada na Premier League. Em um palco ainda pouco familiar para a equipe londrina – o Gtech Community Stadium – o treinador português, Ruben Amorim, optou por escalar um conjunto de reservas, na esperança de preservar os titulares para os desafios que vêm pela frente. Contudo, a estratégia não surtiu o efeito desejado, e o time acabou cedendo três gols, sendo dois marcados antes dos 20 minutos de partida.
Brentford impõe ritmo e cria oportunidades
Desde o apito inicial, o Brentford mostrou que não iria tratar a visita como um mero amistoso. Igor Thiago, atacante que vem chamando atenção por sua explosão no ataque, foi o protagonista ao abrir o placar aos 8 minutos, aproveitando um cruzamento que encontrou espaço na área. Apenas 12 minutos depois, o mesmo atacante amplificou a vantagem, convertendo um chute preciso após receber um passe em profundidade de sua equipe.
O domínio do time visitante se manteve nas investidas, com a defesa do United mostrando vulnerabilidades nas transições rápidas. O lateral Nathan Collins, apesar de analisar uma possível expulsão ao final da partida, conseguiu se manter firme, contribuindo para a solidez defensiva que limitou as tentativas de reação dos Red Devils.
Impacto no Manchester United e na temporada de Amorim
O United ainda conseguiu reduzir a diferença aos 26 minutos, quando o jovem esloveno Benjamin Sesko encontrou o fundo das redes após um cruzamento preciso. O gol deu esperança ao elenco, mas a partida já tinha seu rumo traçado.
O ponto de inflexão chegou aos 76 minutos, quando o capitão Bruno Fernandes transformou um pênalti em potencial igualador. Após uma revisão longa de VAR que avaliou a conduta de Collins, o chute de Fernandes foi defendido por Caoimhín Kelleher, impedindo que o United voltasse à disputa. A defesa de Kelleher tornou‑se o assunto nas redes sociais, enquanto os torcedores do United lamentaram o erro decisivo.
Nos acréscimos, Mathias Jensen foi o autor de um gol de imprensa, selando o 3 a 1 definitivo aos 90+5 minutos. O autor da jogada deixou claro que o Brentford não desistiria nem nos últimos instantes, reforçando a ideia de que o time da zona sul da Inglaterra está apto a surpreender até os clubes considerados gigantes.
Para Ruben Amorim, o revés eleva o número de derrotas para 17 em 33 jogos na liga, número que evidencia a dificuldade em encontrar consistência. A escolha de escalar reservas foi criticada pelos analistas, que apontam a necessidade de equilibrar descanso e competitividade. Além disso, a lesão de alguns titulares, como o lateral Luke Shaw, dificulta ainda mais a montagem de um XI titular que consiga desempenhar o padrão exigido pelos torcedores.
Os torcedores do Manchester United, que vieram em peso ao estádio, reagiram com protestos moderados, mas o clima de frustração ficou evidente nas arquibancadas. Nas redes, hashtags como #AmorimOut e #UnitedDown ganharam tração, refletindo o descontentamento geral.
Do ponto de vista da tabela, o Brentford soma três pontos valiosos e sobe na classificação, enquanto o United permanece na zona de risco, com pressão crescente para reverter a sequência. O próximo confronto do United, contra o Liverpool na Old Trafford, pode ser decisivo para manter a confiança da equipe e evitar um descenso simbólico na percepção da mídia.
Até aqui, a partida serviu como mais um diagnóstico da realidade pela qual o Manchester United passa: um clube com recursos, mas que ainda luta para encontrar identidade sob o comando de um técnico ainda em processo de adaptação. O próximo desafio será encontrar respostas táticas e motivacionais capazes de transformar a situação antes que a temporada escorregue ainda mais.