Queda de rendimento e adaptação difícil
Quando Gustavo Cuellar desembarcou em Porto Alegre no início de 2025, a expectativa era de que sua chegada resolvesse velhos problemas do meio-campo do Grêmio. Contratado após seis anos no futebol saudita, onde vestiu as camisas de Al-Hilal e Al-Shabab, o colombiano chegou cercado de confiança, principalmente pelo currículo recheado de títulos internacionais.
O que poucos imaginavam era que a transição para o ritmo intenso do futebol brasileiro seria tão turbulenta. Com 32 anos, Cuellar encontrou dificuldade até para acompanhar os treinos, esbarrando em um padrão de intensidade que já não fazia parte da sua rotina desde os tempos de Flamengo. Os dados não mentem: em campo, foram apenas oito partidas disputadas – seis como titular. No total, somou apenas 449 minutos, praticamente metade do que se projeta para um reforço desse patamar, e só deu uma assistência. Dois cartões amarelos e nenhuma atuação realmente marcante.
A comparação com o futebol jogado na Arábia Saudita, muito menos exigente em termos físicos e táticos, ajuda a explicar a queda de rendimento. Cuellar acabou não conseguindo manter o ritmo das partidas e foi ficando para trás no elenco dirigido por Renato Portaluppi, perdendo espaço até para boas opções da base tricolor.
Política financeira, limite de estrangeiros e futuro indefinido
Se dentro de campo o colombiano não entregou o que a comissão técnica esperava, fora dele a situação pesa ainda mais no bolso. Cuellar recebe mais de R$1 milhão mensais, um valor alto para a realidade financeira do Grêmio, sobretudo após a eliminação precoce de competições e a necessidade de enxugar gastos.
E a matemática fica ainda mais complicada por conta da regra dura da CBF, que limita o número de estrangeiros inscritos na Série A a nove. Com Cuellar, o elenco já ultrapassa esse teto. Para contratar reforços de peso ou mesmo manter a harmonia nas inscrições, a diretoria foi obrigada a reavaliar a permanência do meia colombiano.
Oficialmente, ninguém confirma, mas as conversas para rescindir o contrato antecipadamente já começaram. O empresário do jogador teria recebido sondagens de clubes da Arábia Saudita, interessados em repatriar o velho conhecido. Embora os nomes dos possíveis destinos não sejam citados, a volta à região pode ser selada antes mesmo do final de 2025.
- Grêmio libera espaço na cota de estrangeiros
- Alivia folha salarial em mais de R$1 milhão por mês
- Time ganha liberdade para reposições ou novas contratações
- Cuellar reencontra uma liga com características mais próximas de seu momento de carreira
No fim das contas, a história de Cuellar com a camisa tricolor deve ficar marcada como uma experiência frustrante. Para o clube, o alívio financeiro e na montagem do elenco é visto como prioridade. Para o jogador, o retorno ao futebol do Oriente Médio representa um recomeço em ambiente conhecido, onde sua característica de marcação menos intensa pode voltar a brilhar longe dos holofotes.