Quando Novak Djokovic, tenista sérvio venceu Marin Cilic por 7-6(2) e 6-4 na segunda‑fase do Rolex Shanghai Masters 2025Xangai, China, o mundo do tênis sentiu que algo grande estava acontecendo. O duelo, disputado em uma quadra do estádio principal, durou 1h54 e marcou a primeira partida competitiva de Djokovic desde a derrota nas semifinais do US Open para Carlos Alcaraz. Não apenas avançou, o sérvio acabou estabelecendo o recorde histórico de ser o mais velho a chegar às quartas‑de‑final de um Masters 1000, superando Roger Federer.
Contexto e histórico
Djokovic, então quarto colocado no PIF ATP Live Race to Turin, já era quatro‑vez campeão em Xangai. Sua primeira vitória no torneio data de 2008, quando ainda era um jovem promissor. Desde então, acumulou quatro títulos, 42 vitórias e um carinho especial com o público local, que o aplaudia como se fosse um "padre" do asfalto.
O retorno ao circuito depois do US Open levantou dúvidas: ele havia anunciado que priorizaria os Grand Slams e poderia pular os Masters. Porém, ao chegar a Xangai, destacou que “gosto de partidas curtas, de uma semana, onde há alguns dias de descanso entre jogos”. Essa mudança de postura deu a ele a chance de tentar um quinto título aqui.
Desenvolvimento dos jogos
Na segunda‑fase contra Cilic, o sérvio mostrou serviço afiado: 10 aces contra 6 do croata. Salvou quatro break points e ainda melhorou seu histórico direto para 20‑2. "O saque foi ótimo, acertei mais aces que ele, e isso não acontece contra um servidor como o Marin", comentou Djokovic após a partida.
O terceiro‑round trouxe Yannick Hanfmann, qualificado alemão. Após perder o primeiro set 4‑6, o sérvio reagiu e virou por 7‑5, 6‑3, num conflito que durou 2h45 – o segundo confronto mais longo em best‑of‑three de 2025. A umidade fora do normal foi citada como fator decisivo: “É uma humidade louca, nunca joguei assim na China”.
Chegando às quartas, enfrentou o espanhol Jaume Munar. Em uma batalha de três sets (6‑3, 5‑7, 6‑2) que durou 2h40, Djokovic quebrou o recorde de idade nos Masters 1000, chegando aos 38 anos e 4 meses. O recorde anterior pertencia a Roger Federer, que chegou às quartas em Xangai aos 38 anos e 2 meses.
Com a vitória, Djokovic acumulou seu 42º triunfo no torneio e garantiu lugar contra o belga Zizou Bergs, que havia surpreendido ao vencer o canadense Gabriel Diallo.
Reações e declarações
“Foi um jogo duro, mas a energia da plateia me ajudou a seguir”, disse Djokovic sobre o confronto com Munar. O próprio Munar elogiou a experiência do adversário: "Ele tem uma capacidade mental incrível, nunca desiste".
Do lado dos críticos, alguns comentam que a busca por mais títulos de Masters pode comprometer a preparação para os Grand Slams. Ainda assim, o técnico da comissão da Áustria, Goran Ivanišević, destacou que o histórico de logros de Djokovic em torneios de curta duração pode ser um trunfo para a longevidade da carreira.
Entretanto, jogadores mais jovens como Jannik Sinner continuam mantendo a pressão. Sinner, número um do mundo, ainda não havia jogado em Xangai, mas acompanhou os resultados com atenção.
Impacto e recordes
- Djokovic tornou‑se o mais velho quartinista de um Masters 1000 (38 anos e 4 meses).
- Superou o recorde de Roger Federer em idade nas quartas‑de‑final.
- Alcançou 42 vitórias no Rolex Shanghai Masters, o maior número da história do evento.
- Se vencer o torneio, empatará o recorde de Roger Federer de 71 títulos em quadras duras desde a Era Open.
- O desempenho reforça a narrativa de que atletas acima dos 35 podem ainda disputar títulos de elite.
Esses números não são apenas estatísticas; eles influenciam discussões sobre longevidade no tênis e possíveis adaptações de calendário para jogadores veteranos.
Próximos passos
Com a partida contra Bergs marcada para a quinta‑feira, a expectativa aumenta. Se Djokovic avançar, enfrentará um dos últimos nomes jovens do quadro: Taylor Fritz, que ainda está em forma depois da surpreendente derrota de Giovanni Mpetshi Perricard contra ele. A semifinal ainda deixará espaço para possíveis confrontos contra Sinner ou Alcaraz, caso decidam aparecer.
Independente do desfecho, o sérvio já mostrou que sua motivação está renovada. "Eu realmente sinto que ainda tenho muito a oferecer nos Masters“, afirmou. A comunidade do tênis, portanto, acompanha de perto, pois a história pode estar escrevendo mais um capítulo inesperado.
Perguntas Frequentes
Como esse recorde afeta a percepção dos jogadores veteranos?
Ao tornar‑se o mais velho a chegar às quartas de um Masters 1000, Djokovic demonstra que a idade não é barreira definitiva no tênis de elite. Isso pode inspirar outros atletas acima dos 35 a planejar estratégias de calendário que incluam mais torneios curtos, mantendo a competitividade sem sacrificar a saúde.
Quem são os principais concorrentes de Djokovic no torneio?
Além de Zizou Bergs, o belga que está nos quartos, destacam‑se Taylor Fritz, que pode surgir nas semifinais, e Jannik Sinner, número um do ranking, caso decida participar. Carlos Alcaraz está ausente por questões físicas.
Qual a importância do clima de Xangai para o desempenho dos jogadores?
A umidade excepcionalmente alta – descrita por Djokovic como "louca" – dificultou a movimentação e aumentou o risco de fadiga. Jogadores que adaptam sua hidratação e ritmo de jogo tendem a ter vantagem, especialmente em partidas que se estendem além de duas horas.
Quais recordes Djokovic pode alcançar se vencer o Shanghai Masters?
Ele igualaria o recorde de Roger Federer de 71 títulos em quadras duras desde a Era Open e ampliaria sua marca de quatro títulos em Xangai para cinco, consolidando-se como o maior vencedor da história do evento.
O que os especialistas dizem sobre a longevidade de Djokovic?
Treinadores e analistas apontam que a combinação de experiência tática, preparo físico avançado e um calendário mais seletivo permite que Djokovic se mantenha competitivo. O sucesso em Xangai reforça a tese de que a era dos 30+ no tênis está se estendendo.
Ryane Santos
A permanência de Novak Djokovic no topo do tênis mundial tem fundamentos estatísticos que vão muito além da mera habilidade física. Primeiro, seu índice de conversão de pontos em ace ultrapassa 28% nas superfícies rápidas, colocando-o no top 5 da história dos Masters 1000. Segundo, a taxa de quebra de saque que ele sofreu neste Shanghai foi de apenas 12%, um número comparável ao de Roger Federer em sua época de ouro. Além disso, a eficiência de seu retorno de primeira bola encontra‑se acima de 40%, o que demonstra um nível de antecipação tática raríssimo. Considerando a idade, a manutenção de um VO2max acima de 58 ml/kg/min indica que seu preparo aeróbico permanece praticamente inalterado desde os 30 anos. Outro ponto crucial é a gestão de agenda: ao escolher torneios de curta duração, ele reduz a carga semanal de matches em mais de 30%, minimizando o risco de lesões crônicas. O aspecto mental não pode ser subestimado; sua taxa de conversão em tie‑breaks ultrapassa 68%, evidenciando resistência psicológica superior. O histórico de 20‑2 contra jogadores top‑10 neste semestre confirma que ele ainda possui domínio nos momentos decisivos. Ainda que alguns críticos apontem para a “avergadura” do calendário, a realidade mostra que a flexibilidade de Djokovic lhe permite calibrar pico de performance para os Grand Slams. No comparativo com outros veteranos, apenas Jimmy Connors alcançou números de acurácia de serviço semelhantes após os 38 anos. A análise de movimento revela que sua velocidade de deslocamento lateral está apenas 5% abaixo de quando tinha 30, um declínio quase imperceptível. O treinamento de força realizado em parceria com a equipe de fisioterapia inclui protocolos de resistência excêntrica que preservam a integridade muscular. Do ponto de vista nutricional, o consumo de ômega‑3 e períodos de jejum intermitente contribuem para a redução de inflamações crônicas. Em síntese, a combinação de dados fisiológicos, estatísticos e estratégicos forma um conjunto que justifica plenamente o recorde histórico que ele acaba de estabelecer. O que resta agora é observar se seu domínio continuará nos próximos Masters ou se a maré mudará diante da nova geração emergente.
Lucas da Silva Mota
É lamentável ver a mídia idolatrar um atleta que já coleciona tantos títulos enquanto ignora talentos emergentes que lutam por visibilidade. A glória de um jogador veterano não pode ser usada como desculpa para fechar portas a quem ainda está construindo sua trajetória. O basquete ou o futebol não perdem valores quando jovens chegam ao topo, e o tênis deveria seguir o mesmo caminho. Enquanto alguns celebram o recorde de idade, esquecem‑se de que a renovação é essencial para a saúde do esporte. Não se trata de desrespeito ao legado, mas de reconhecer que o futuro precisa de espaço para crescer.
Ana Lavínia
Djokovic,, ainda, surpreende,, ao,, quebrar recordes,, a idade não é mais,, um obstáculo,, porém,, a sua,, constância,, no circuito,, tem,, inspirado,, muitos,, atletas; porém,, alguns críticos,, dizem; que isso,, pode,, ser,, apenas,, uma coincidência; no entanto,, os números,, falam por si,, não há dúvida;;
Joseph Dahunsi
Incrível ver o Dju ainda dominando!
Verônica Barbosa
O Brasil tem que apoiar seus próprios talentos. Não ficar fixado em ídolos estrangeiros.
Willian Yoshio
concordo total com vc, nosso tenis precisa de mais foco nas categorias basicas e menos foco nas estrelas de fora.
Cinthya Lopes
Ah, claro, porque o segredo da longevidade no tênis é simplesmente trocar a água por chá de hibisco e fazer yoga ao som de harpa enquanto se espera que a juventude apareça magicamente nos rankings. Quem diria que a fórmula da imortalidade seria tão elegante e, ao mesmo tempo, tão óbvia?
Fellipe Gabriel Moraes Gonçalves
poxa, concordo total, mas acho q se o Djokovic realmente tomasse aquele chá ele ia ainda jogar melhor, rs rs
Rachel Danger W
Eu sempre fico com o feeling de que esses recordes são manipulados pelos organizadores para criar mais hype e vender ingressos. Quem pode garantir que a umidade “louca” não foi ajustada pra favorecer alguns estilos de jogo? Ainda bem que a gente tem olhos críticos.
Davi Ferreira
Mesmo com essas teorias, é incrível ver a determinação do Novak inspirando gerações. Cada partida é uma oportunidade de aprender e crescer.
Marcelo Monteiro
Ao observar a trajetória de Novak Djokovic, não consigo deixar de notar o quanto o circuito profissional se tornou um verdadeiro circo de narrativas pré-fabricadas. Ele chega às quartas de um Masters 1000 aos 38 anos e, ao mesmo tempo, a imprensa se apressa em rotular isso como um milagre da medicina esportiva. Claro, a fisiologia humana apresenta limitações, mas quem liga quando o empresário de um atleta tem um contrato milionário a proteger? Enquanto isso, jovens promissores como o nosso próprio João Souza lutam contra a falta de patrocínio e a escassez de quadras para treinar. É irônico que a mídia celebre um veterano enquanto ignora o sofrimento de talentos emergentes que poderiam enriquecer o esporte. Além disso, a agenda cada vez mais compacta obriga jogadores a escolher entre poucos torneios, e isso cria uma percepção distorcida de que quem joga menos é automaticamente melhor preparado. Não me entenda mal, admirar a longevidade de um atleta é legítimo, mas transformar isso em um mito pode ser tão nocivo quanto diminuir a importância da renovação. Os números de acurácia de serviço de Djokovic são impressionantes, mas eles não contam a história completa dos treinadores locais que sacrificam recursos para manter academias abertas. A realidade é que o sucesso de um jogador de elite depende de uma rede de apoio que inclui patrocinadores, fisioterapeutas e, claro, a própria elite do esporte. Quando se coloca toda a responsabilidade nas escolhas individuais, esquece‑se de que o contexto econômico e social molda essas decisões. Por isso, ao invés de exaltar apenas um ícone, deveríamos questionar por que tantos jovens talentos acabam abandonando a carreira antes dos 22 anos. Talvez a solução esteja em revisar o calendário, oferecendo mais oportunidades para jogadores em ascensão sem forçar a elite a competir continuamente. Em suma, o feito de Djokovic é digno de aplausos, mas não deve desviar o foco das falhas estruturais que ainda permeiam o tênis mundial. Se continuarmos a glorificar apenas o veterano, corremos o risco de perpetuar um ciclo onde a inovação é sufocada. Portanto, celebremos, mas não deixemos de criticar o sistema que permite que tais histórias se tornem o centro das atenções.
Jeferson Kersten
A análise apresentada está correta nos pontos principais, porém carece de referências a estudos recentes sobre carga de treinamento em atletas acima de 35 anos.
Jeff Thiago
Ao considerar a conquista histórica realizada por Novak Djokovic ao tornar‑se o atleta de maior idade a alcançar as quartas‑de‑final de um torneio da categoria Masters 1000, impõe‑se uma análise meticulosa dos múltiplos fatores que convergem para tal feito. Primeiramente, observa‑se que a sua preparação física incorpora protocolos de periodização avançada, os quais são fundamentados em literatura científica de renome, tais como os trabalhos de Smith et al. (2022) sobre a manutenção da capacidade aeróbica em atletas senescentes. Em segundo plano, a composição dietética adotada pelo tenista inclui um elevado consumo de ômega‑3, antioxidantes e micronutrientes que favorecem a recuperação muscular e atenuam processos inflamatórios, conforme descrito por Johnson (2021). Ainda, a estratégia tática empregada por Djokovic demonstra uma predileção por pontos curtos e de alta eficácia, reduzindo a exposição a situações de desgaste físico prolongado, aspecto que se alinha com a teoria de eficiência de jogo proposta por García (2020). Não obstante, a climatologia de Xangai, caracterizada por uma umidade anômala, impõe condições adversas que, de acordo com estudos climatológicos locais, podem diminuir a performance de jogadores menos adaptados, conferindo, assim, uma vantagem relativa ao atleta que já demonstrou aptidão à adaptação ambiental. Ademais, a dimensão psicológica do desempenho não pode ser subestimada; a resiliência mental de Djokovic, mensurada por escalas validadas de coping, evidencia uma capacidade superior de enfrentamento de adversidades, fator decisivo em partidas que se estendem por múltiplos set‑points. Considera‑se, ainda, o aspecto da agenda competitiva, onde o jogador optou por participar de um número reduzido de torneios de curta duração, estratégia que, segundo a análise de registo de carga de trabalho de Brown (2023), minimiza o risco de lesões por sobrecarga. Por conseguinte, a confluência desses elementos – preparação física avançada, nutrição otimizada, tática eficaz, adaptação climática, robustez psicológica e gerenciamento de calendário – estabelece um cenário propício à manutenção de alto nível competitivo em faixa etária avançada. Em síntese, a performance de Djokovic não constitui mera exceção aleatória, mas sim o resultado de uma integração sistemática de múltiplas variáveis, todas respaldadas por evidência empírica. Assim, ao reconhecer esse feito, impõe‑se também reconhecer o modelo de preparação que o possibilitou, o qual poderá servir de referência para futuros estudos sobre longevidade atlética.
Circo da FCS
Interessante mas parece exagerado