Djokovic faz história e chega às quartas em Xangai aos 38 anos

Djokovic faz história e chega às quartas em Xangai aos 38 anos

Quando Novak Djokovic, tenista sérvio venceu Marin Cilic por 7-6(2) e 6-4 na segunda‑fase do Rolex Shanghai Masters 2025Xangai, China, o mundo do tênis sentiu que algo grande estava acontecendo. O duelo, disputado em uma quadra do estádio principal, durou 1h54 e marcou a primeira partida competitiva de Djokovic desde a derrota nas semifinais do US Open para Carlos Alcaraz. Não apenas avançou, o sérvio acabou estabelecendo o recorde histórico de ser o mais velho a chegar às quartas‑de‑final de um Masters 1000, superando Roger Federer.

Contexto e histórico

Djokovic, então quarto colocado no PIF ATP Live Race to Turin, já era quatro‑vez campeão em Xangai. Sua primeira vitória no torneio data de 2008, quando ainda era um jovem promissor. Desde então, acumulou quatro títulos, 42 vitórias e um carinho especial com o público local, que o aplaudia como se fosse um "padre" do asfalto.

O retorno ao circuito depois do US Open levantou dúvidas: ele havia anunciado que priorizaria os Grand Slams e poderia pular os Masters. Porém, ao chegar a Xangai, destacou que “gosto de partidas curtas, de uma semana, onde há alguns dias de descanso entre jogos”. Essa mudança de postura deu a ele a chance de tentar um quinto título aqui.

Desenvolvimento dos jogos

Na segunda‑fase contra Cilic, o sérvio mostrou serviço afiado: 10 aces contra 6 do croata. Salvou quatro break points e ainda melhorou seu histórico direto para 20‑2. "O saque foi ótimo, acertei mais aces que ele, e isso não acontece contra um servidor como o Marin", comentou Djokovic após a partida.

O terceiro‑round trouxe Yannick Hanfmann, qualificado alemão. Após perder o primeiro set 4‑6, o sérvio reagiu e virou por 7‑5, 6‑3, num conflito que durou 2h45 – o segundo confronto mais longo em best‑of‑three de 2025. A umidade fora do normal foi citada como fator decisivo: “É uma humidade louca, nunca joguei assim na China”.

Chegando às quartas, enfrentou o espanhol Jaume Munar. Em uma batalha de três sets (6‑3, 5‑7, 6‑2) que durou 2h40, Djokovic quebrou o recorde de idade nos Masters 1000, chegando aos 38 anos e 4 meses. O recorde anterior pertencia a Roger Federer, que chegou às quartas em Xangai aos 38 anos e 2 meses.

Com a vitória, Djokovic acumulou seu 42º triunfo no torneio e garantiu lugar contra o belga Zizou Bergs, que havia surpreendido ao vencer o canadense Gabriel Diallo.

Reações e declarações

Reações e declarações

“Foi um jogo duro, mas a energia da plateia me ajudou a seguir”, disse Djokovic sobre o confronto com Munar. O próprio Munar elogiou a experiência do adversário: "Ele tem uma capacidade mental incrível, nunca desiste".

Do lado dos críticos, alguns comentam que a busca por mais títulos de Masters pode comprometer a preparação para os Grand Slams. Ainda assim, o técnico da comissão da Áustria, Goran Ivanišević, destacou que o histórico de logros de Djokovic em torneios de curta duração pode ser um trunfo para a longevidade da carreira.

Entretanto, jogadores mais jovens como Jannik Sinner continuam mantendo a pressão. Sinner, número um do mundo, ainda não havia jogado em Xangai, mas acompanhou os resultados com atenção.

Impacto e recordes

  • Djokovic tornou‑se o mais velho quartinista de um Masters 1000 (38 anos e 4 meses).
  • Superou o recorde de Roger Federer em idade nas quartas‑de‑final.
  • Alcançou 42 vitórias no Rolex Shanghai Masters, o maior número da história do evento.
  • Se vencer o torneio, empatará o recorde de Roger Federer de 71 títulos em quadras duras desde a Era Open.
  • O desempenho reforça a narrativa de que atletas acima dos 35 podem ainda disputar títulos de elite.

Esses números não são apenas estatísticas; eles influenciam discussões sobre longevidade no tênis e possíveis adaptações de calendário para jogadores veteranos.

Próximos passos

Próximos passos

Com a partida contra Bergs marcada para a quinta‑feira, a expectativa aumenta. Se Djokovic avançar, enfrentará um dos últimos nomes jovens do quadro: Taylor Fritz, que ainda está em forma depois da surpreendente derrota de Giovanni Mpetshi Perricard contra ele. A semifinal ainda deixará espaço para possíveis confrontos contra Sinner ou Alcaraz, caso decidam aparecer.

Independente do desfecho, o sérvio já mostrou que sua motivação está renovada. "Eu realmente sinto que ainda tenho muito a oferecer nos Masters“, afirmou. A comunidade do tênis, portanto, acompanha de perto, pois a história pode estar escrevendo mais um capítulo inesperado.

Perguntas Frequentes

Como esse recorde afeta a percepção dos jogadores veteranos?

Ao tornar‑se o mais velho a chegar às quartas de um Masters 1000, Djokovic demonstra que a idade não é barreira definitiva no tênis de elite. Isso pode inspirar outros atletas acima dos 35 a planejar estratégias de calendário que incluam mais torneios curtos, mantendo a competitividade sem sacrificar a saúde.

Quem são os principais concorrentes de Djokovic no torneio?

Além de Zizou Bergs, o belga que está nos quartos, destacam‑se Taylor Fritz, que pode surgir nas semifinais, e Jannik Sinner, número um do ranking, caso decida participar. Carlos Alcaraz está ausente por questões físicas.

Qual a importância do clima de Xangai para o desempenho dos jogadores?

A umidade excepcionalmente alta – descrita por Djokovic como "louca" – dificultou a movimentação e aumentou o risco de fadiga. Jogadores que adaptam sua hidratação e ritmo de jogo tendem a ter vantagem, especialmente em partidas que se estendem além de duas horas.

Quais recordes Djokovic pode alcançar se vencer o Shanghai Masters?

Ele igualaria o recorde de Roger Federer de 71 títulos em quadras duras desde a Era Open e ampliaria sua marca de quatro títulos em Xangai para cinco, consolidando-se como o maior vencedor da história do evento.

O que os especialistas dizem sobre a longevidade de Djokovic?

Treinadores e analistas apontam que a combinação de experiência tática, preparo físico avançado e um calendário mais seletivo permite que Djokovic se mantenha competitivo. O sucesso em Xangai reforça a tese de que a era dos 30+ no tênis está se estendendo.


Alessandro Machado

Alessandro Machado

Sou um jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre assuntos relacionados ao cotidiano brasileiro. Minha paixão é informar e engajar a audiência com conteúdo relevante e atual. Trabalho para trazer ao público histórias que importam em suas vidas diárias. Além de escrever, gosto de explorar novos locais e conhecer pessoas interessantes.


Comentários

Ryane Santos

Ryane Santos

7.10.2025

A permanência de Novak Djokovic no topo do tênis mundial tem fundamentos estatísticos que vão muito além da mera habilidade física. Primeiro, seu índice de conversão de pontos em ace ultrapassa 28% nas superfícies rápidas, colocando-o no top 5 da história dos Masters 1000. Segundo, a taxa de quebra de saque que ele sofreu neste Shanghai foi de apenas 12%, um número comparável ao de Roger Federer em sua época de ouro. Além disso, a eficiência de seu retorno de primeira bola encontra‑se acima de 40%, o que demonstra um nível de antecipação tática raríssimo. Considerando a idade, a manutenção de um VO2max acima de 58 ml/kg/min indica que seu preparo aeróbico permanece praticamente inalterado desde os 30 anos. Outro ponto crucial é a gestão de agenda: ao escolher torneios de curta duração, ele reduz a carga semanal de matches em mais de 30%, minimizando o risco de lesões crônicas. O aspecto mental não pode ser subestimado; sua taxa de conversão em tie‑breaks ultrapassa 68%, evidenciando resistência psicológica superior. O histórico de 20‑2 contra jogadores top‑10 neste semestre confirma que ele ainda possui domínio nos momentos decisivos. Ainda que alguns críticos apontem para a “avergadura” do calendário, a realidade mostra que a flexibilidade de Djokovic lhe permite calibrar pico de performance para os Grand Slams. No comparativo com outros veteranos, apenas Jimmy Connors alcançou números de acurácia de serviço semelhantes após os 38 anos. A análise de movimento revela que sua velocidade de deslocamento lateral está apenas 5% abaixo de quando tinha 30, um declínio quase imperceptível. O treinamento de força realizado em parceria com a equipe de fisioterapia inclui protocolos de resistência excêntrica que preservam a integridade muscular. Do ponto de vista nutricional, o consumo de ômega‑3 e períodos de jejum intermitente contribuem para a redução de inflamações crônicas. Em síntese, a combinação de dados fisiológicos, estatísticos e estratégicos forma um conjunto que justifica plenamente o recorde histórico que ele acaba de estabelecer. O que resta agora é observar se seu domínio continuará nos próximos Masters ou se a maré mudará diante da nova geração emergente.

Lucas da Silva Mota

Lucas da Silva Mota

7.10.2025

É lamentável ver a mídia idolatrar um atleta que já coleciona tantos títulos enquanto ignora talentos emergentes que lutam por visibilidade. A glória de um jogador veterano não pode ser usada como desculpa para fechar portas a quem ainda está construindo sua trajetória. O basquete ou o futebol não perdem valores quando jovens chegam ao topo, e o tênis deveria seguir o mesmo caminho. Enquanto alguns celebram o recorde de idade, esquecem‑se de que a renovação é essencial para a saúde do esporte. Não se trata de desrespeito ao legado, mas de reconhecer que o futuro precisa de espaço para crescer.

Escreva um comentário