Na noite de 24 de setembro, a Arena MRV foi palco de um clássico de rara tensão. O Atlético-MG recebeu o Bolívar de La Paz nas quartas de final da Copa Sul-Americana, precisando apenas de um ponto para avançar. Sob o comando de Jorge Sampaoli, o time brasileiro entrou em campo com um 4‑4‑2 compacto, apostando na solidez defensiva e na criatividade dos seus meias.
Jogo decisivo em Belo Horizonte
O duelo começou com o Bolívar tentando impor seu ritmo, mas a defesa do Atlético, organizada por Natanael e Lyanco, bloqueou as investidas. O goleiro Everson fez duas defesas importantes nos primeiros 20 minutos, mantendo o placar zerado e reforçando a confiança da linha de trás.
O impasse durou até o segundo tempo, quando, aos 58 minutos, Hulk recebeu um passe filtrado de Gustavo Scarpa na entrada da área e, com precisão, balançou as redes. O gol foi o único da partida e acabou sendo decisivo. Logo depois, Sampaoli fez sua primeira substituição, tirando Rony por Reinier, que acrescentou velocidade ao ataque, mas o placar já estava selado.
O Bolívar, comandado por Flávio Robatto, tentou reagir. O técnico boliviano alinhou Lampe, Echeverría, José Sagredo, Torrén e Yomar Rocha na defesa, enquanto o trio ofensivo com Batallini, Cauteruccio e Pato Rodríguez criou algumas chances, mas foi barrado pelos reflexos de Everson e a disciplina tática do conjunto mineiro.

Próximos desafios na semifinal
Com a vitória, o Atlético-MG se juntou a Universidade de Chile, Lanús e Independiente del Valle na disputa pelas duas vagas restantes na final. O sorteio já definiu que o time brasileiro enfrentará o Independiente del Valle, enquanto o Universidad de Chile medirá forças com o Lanús.
Os jogos das semifinais estão programados para as semanas de 22 e 29 de outubro. O primeiro duelo será em casa do Independiente del Valle, dando ao time equatoriano a vantagem de iniciar a partida. Já o Atlético-MG terá a segunda partida em seu próprio estádio, o que pode ser crucial para a estratégia de Sampaoli, que costuma valorizar o segundo tempo para ajustar táticas.
A campanha do Atlético-MG até aqui tem sido marcada por consistência. Na fase de grupos, o time venceu três partidas e empatou duas, garantindo a melhor classificação e, consequentemente, a escolha dos adversários nas fases subsequentes. O desempenho de jogadores como Scarpa, Igor Gomes e o próprio Hulk tem sido decisivo, enquanto a defesa tem mantido a média de gols sofridos embaixo de um por partida.
Para os torcedores, a empolgação é grande. A expectativa de conquistar o primeiro título da Copa Sul-Americana da história do clube se mistura com a lembrança de campanhas anteriores nas quais o Atlético chegou perto, mas acabou eliminado nas quartas ou nas semifinais. Agora, com a vantagem de jogar a partida de volta em casa, a crença de que a taça está ao alcance parece cada vez mais real.
Enquanto o calendário se ajusta, a diretoria do clube já começa a planejar o futuro imediato. A renovação de contratos de alguns titulares, a negociação de reforços para o setor ofensivo e a manutenção da base técnica são prioridade para garantir que a equipe esteja pronta não só para a semifinal, mas também para os desafios da Série A brasileira que se aproximam.