O anúncio de Sergio Busquets sobre sua aposentadoria chegou como um sussurro que rapidamente se transformou em manchete mundial. Aos 36 anos, o capitão do Inter Miami decidiu pendurar as chuteiras ao término da temporada da Major League Soccer, encerrando uma carreira que atravessou duas décadas e mais de 700 partidas oficiais.
Do Barcelona ao Inter Miami: a jornada de um clássico
Nascido em 16 de julho de 1988, em Sabadell, Catalunha, Busquets fez sua estreia profissional pelos catalães em 2008, sob o comando de Pep Guardiola. Em 15 temporadas, ele foi a espinha dorsal de um dos períodos mais vitoriosos da história do clube. Seu estilo silencioso, porém decisivo, definiu o conceito de “volante de contenção” na era de posse de bola.
Ao longo desses anos, o número de troféus acumulados por Busquets parece impossível de ser superado:
- 9 títulos da La Liga
- 7 Copas del Rey
- 3 UEFA Champions League
- 7 Supercopa da Espanha
- 3 Supercopas da Europa
- 3 FIFA Club World Cups
Em agosto de 2021, após a saída de Lionel Messi, ele recebeu a braçadeira de capitão, solidificando ainda mais seu papel de líder dentro do vestiário. Sua saída do clube, anunciada em maio de 2023, marcou o fim de uma era – ele foi o último jogador que ainda vestia a camisa número 5 da geração de ouro que dominou o futebol europeu.

Brilhos com a Seleção e a nova fase nos Estados Unidos
No cenário internacional, Busquets estreou na Seleção Espanhola em abril de 2009 e acumulou mais de 140 convocações, tornando‑se um dos jogadores mais experientes da história do país. Seu currículo com a Espanha inclui duas das maiores glórias modernas: a conquista da Copa do Mundo FIFA 2010, na África do Sul, e o título da Eurocopa 2012, em Polônia e Ucrânia. Em ambas as competições, seu trabalho de cobertura defensiva permitiu que o time mantivesse a posse de bola durante longos períodos, facilitando a criação de jogadas de ataque.
A aposentadoria da seleção foi anunciada em dezembro de 2022, logo após a eliminação da Espanha no Qatar. Mesmo afastado da Seleção, Busquets continuou a buscar desafios, e foi então que desembarcou nos Estados Unidos, assinando com o Inter Miami em 2023. Na MLS, o espanhol trouxe não só qualidade técnica, mas também experiência de liderança. Em sua primeira temporada, ajudou a equipe a conquistar a Leagues Cup e a Supporters' Shield, troféus que reforçaram sua capacidade de impactar positivamente clubes mesmo em ligas diferentes.
Além dos títulos coletivos, Busquets recebeu reconhecimentos individuais ao longo da carreira: o Bravo Trophy (2008‑09) e convites para a equipe ideal da Eurocopa 2012, entre outros. Seu nome costuma aparecer em discussões sobre os melhores volantes da história, ao lado de nomes como Claude Makélélé e Fernando Redondo.
A decisão de se retirar ao final da temporada da MLS tem fundamento tanto no desgaste físico natural da idade quanto no desejo de deixar espaço para a próxima geração de talentos. Em entrevistas recentes, Busquets comentou que deseja permanecer próximo ao futebol – possivelmente como embaixador, comentarista ou treinador – mas que o momento de jogar chegou ao fim.
O legado de Busquets vai muito além dos troféus. Ele redefiniu o papel do volante ao mostrar que a prisão de jogadas adversárias pode coexistir com a construção de ritmo ofensivo. Sua leitura de jogo, passes curtos e precisos e a capacidade de ocupar espaços estratégicos são estudados em academias de futebol ao redor do mundo.